De quem é a culpa?

Por Omilton Junior

A briga entre as duas maiores torcidas organizadas de Goiás no último domingo, mais uma vez, reflete o descaso com que o assunto vem sendo tratado no Estado por vários setores. Vamos aos fatos:

- A PM falhou em dois momentos no clássico.
1º: Ao não estar presente com um efetivo suficiente nas arquibancadas no instante em que as duas torcidas já tinham membros no estádio. Não é a primeira vez que isso acontece.

2º: Com a famosa revisão "levanta a camisa. Ok pode passar". O serviço não é bem feito ao ponto da corporação pedir a exclusão das bandeiras e bandeirões dentro do Serra. O mais simples seria abrir todo esse material para a revisão quando as uniformizadas chegarem ao portão do estádio.

- De todo modo isso não exime a culpa da Força Jovem Goiás e Esquadrão Vilanovense que não possuem controle sobre seus associados. O argumento de que "a mídia não mostra os trabalhos sociais das torcidas" já não cabe num contexto que se repete desde o começo da década de 90 nos estádios. As uniformizadas também tem sua responsabilidade. Bem, ao menos deveriam ter.

- A PM tem razão em cobrar maior empenho da FGF. Afinal, o Serra Dourada ainda não cumpre todas as exigências do Estatuto do Torcedor.

- O Estatuto do torcedor não é levado a sério na medida em que não há câmeras que monitoram o comportamento do torcedor nas dependências do Serra. Não basta possuí-las nos portões de entrada.

- E mais: Onde estão as punições regulamentadas ao torcedor que causa tumulto no estádio? O Estatuto prevê de três meses a um ano longe dos locais de eventos esportivos de acordo com a gravidade da conduta. Até hoje não há registros dessa punição em Goiás.

- Falta união da Secretaria Estadual de Segurança Pública, PM, Polícia Civil, FGF, Admnistração do Serra Dourada e Torcidas Uniformizadas para moderar a questão. Enquanto isso, os mesmos órgãos tomam procedimentos já realizados em outros estados.