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Rei de Roma em Goiânia


Marcando presença em Goiânia, Paulo Roberto Falcão, ou simplesmente, Falcão. Um dos melhores jogadores de todos os tempos da seleção brasileira e ídolo máximo no Internacional. Mesmo sem ter conquistado nenhuma Copa do Mundo, Falcão encantava por ser um volante tecnicamente perfeito e que jogava avançado, marcando muitos gols. O jogador comandou o Inter na campanha do tricampeonato brasileiro de 1975-76-79. O marco da carreira veio em 1980, quando ele se transferiu para o Roma, na Itália, onde ajudou o time a conquistar o scudetto pela primeira vez em muitos anos; o sucesso por lá lhe deu o status de "Rei de Roma". Em 1982 fez parte da talentosa Seleção Brasileira que perdeu para a Itália nas quartas de finais da Copa daquele ano. Ele jogou ao lado de grandes nomes como Zico, Roberto Dinamite, Sócrates, Júnior e Cerezo, sob o comando de Telê Santana. Em entrevista ao É Craque!, Falcão falou sobre a atual situação do futebol brasileiro, da permanência de Dunga no comando e sobre o futebol holandês que lhe encanta há muito tempo.

É Craque! - Qual sua avaliação sobre atual seleção brasileira?
Falcão - Minha opinião não é diferente da maioria dos torcedores, ninguém está satisfeito com o rendimento, principalmente nos últimos dois jogos. É um momento de ter calma e paciência, não dá para achar que vamos classificar sempre com facilidade para uma Copa do Mundo. Não podemos nos privar de Kaká e Ronaldinho Gaúcho, ficamos na expectativa que eles possam voltar o mais rápido possível, pois com eles temos condições de formar uma boa seleção. Com a dupla e Robinho, todos em bons momentos, a seleção voltar a ser favorita em qualquer competição.
É Craque! – Dá para traçar um paralelo entre Dunga e Falcão?

Falcão - Dunga não ter treinado nenhuma equipe não é sinônimo de fracasso, assim como tivemos experiência que técnicos rodados não são sinônimos de vitórias. Acho que uma seleção hoje sem jogadores importantes tem dificuldades. No momento, estamos todos preocupados. As situações são um pouco diferente entre mim e o Dunga. Eu brinco com as pessoas que se eu tivesse a qualidade que o Dunga tem nas mãos... Naquela época tive que buscar, dei oportunidade para o Cafu, que ninguém conhecia, para o Mauro Silva e o Leonardo.

É Craque! - Você teme que o futebol arte se perca com o tempo?

Falcão - O problema é que alguns treinadores exageram em preparar as equipes de forma defensiva, mas acredito que o problema é outro: a falta de jogadores talentosos. Não podemos ficar sonhando que temos tanta qualidade assim. A realidade do Brasil é essa dependência de Ronaldinho e Kaká, sem eles teremos muitas dificuldades durante as eliminatórias. A qualidade sempre faz a diferença, o que me preocupa é que no momento não estamos tendo a qualidade. Aí está o grande desafio do Dunga: montar uma equipe competitiva na ausência dos dois.

É Craque! - A escalação de três volantes no meio-campo da seleção?

Falcão – Eu não gosto. Caso se tenha três jogadores de muita qualidade no meio-campo e que sejam volantes eu gosto, mas colocar três jogadores de contenção lá atrás, na frente da defesa, só recebendo ataque do adversário, eu não gosto. Talvez se no jogo contra o Paraguai eles tivessem jogando um pouco mais a frente, poderíamos ter algum ganho. Quando você coloca três volantes o objetivo é fechar o adversário. Mas, quando o adversário chega muito fácil ao seu gol, significa que isso não está funcionando.

É Craque!- Jogadores que atuam no Brasil?

Falcão - Acho que o Hernanes deveria estar jogando, um volante que marca, bate bem na bola e que realizou uma boa campanha ano passado com a camisa do São Paulo. O acho, no momento, o melhor jogador do meio na seleção e que não vem sendo bem aproveitado.

É Craque! - A torcida está certa em pedir a demissão de Dunga?

Falcão - Demissão é muito cedo, devemos pensar na história, ele conseguiu ótimos resultados, é apenas um momento que esperamos que passe logo. Não seria justo tirar o Dunga agora. É uma pressão natural, ele ganhou a Copa América e tem barriga para gastar.

É Craque! - Pato é mal aproveitado na Seleção?

Falcão - O Pato não joga nem no Milan. Então você imagina a situação do treinador. Eu acho que ele tem qualidade, mas gostaria de ver ele se firmar no Milan. Inclusive no jogo contra a Argentina, eu achava que ele deveria ter entrado, porque achei que era um jogo para ele, por ter condições de driblar três, quatro jogadores pela sua qualidade. O Pato ainda vai ter que atingir uma regularidade para se tornar realidade no Milan e na seleção.

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