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"O título veio em boa hora para mostrar que estamos no caminho certo"

Por Bruno Félix



Embalado pelo primeiro título ATP da carreira, uma das novas promessas do tênis, o paulistano Thomaz Bellucci, 21 anos, disputará hoje o qualifying do US Open, o quarto e último Grand Slam da temporada, em Nova York, Estados Unidos. No ano passado, ele se classificou para a chave principal da competição, mas foi eliminado na segunda rodada pelo argentino Juan Martin Del Potro. “Minha meta é entrar em quadra e buscar fazer o meu melhor, sempre pensando jogo a jogo, degrau por degrau. Durante os treinos em São Paulo, intensifiquei a parte física e a técnica. Estou confiante na classificação e numa boa participação”, aposta Bellucci, em entrevista exclusiva ao É Craque!.

A promessa, campeão do torneio de Gstaad, no início do mês, na Suíça, é o segundo mais jovem tenista do País a vencer um torneio de grande porte (Guga tinha 20 anos quando venceu Roland Garros pela primeira vez, em 1997), quebrou um tabu de cinco anos do Brasil sem ganhar eventos da série ATP. O último tinha sido Ricardo Mello, em 2004, em Delray Beach, nos Estados Unidos. “O título veio antes do que eu e o meu técnico e o técnico João Zwestch esperávamos. Já tinha feito a final do Brasil Open, em fevereiro, e não acreditava na conquista de um título este ano”, confessa Bellucci, que antes da conquista ocupava a 119ª posição no ranking mundial e com a vitória saltou 54 posições, ficando em 67º. Confira!
É Craque! - O que representa a conquista do primeiro título da ATP?

Thomaz Bellucci - Um marco. O título veio em boa hora para mostrar que estamos no caminho certo, trabalhando forte. Vinha de uma fase muito ruim, em que estava jogando bem e os títulos não aconteciam, mas nunca desisti e o resultado está aí. Agora, é buscar a classificação no quali do US Open e jogar a chave principal.

É Craque! -Ter vencido o primeiro título tirou um peso dos seus ombros?

Bellucci - Olha, aconteceu até antes do que a gente esperava. Já tinha feito a final do Brasil Open, em fevereiro, e não esperava conquistar um título este ano. Não sei se tirou um peso, mas me dá certeza e confiança para prosseguir e continuar trabalhando forte. No ano passado, faltou um pouco de sorte e agora estamos indo no caminho certo.

É Craque! - Você está preparado para encarar uma cobrança ainda maior?

Bellucci - Sim. A maior cobrança tem que vir de mim mesmo, de querer sempre mais. Durante os treinos em São Paulo, intensifiquei a parte física e a técnica. Não posso relaxar agora por causa desse título. Tenho que continuar provando que tenho condições de ser competitivo.

É Craque! - Você quer evitar comparações com Guga?

Bellucci - Claro. Porque são histórias diferentes. O Guga é o melhor brasileiro de todos os tempos, fez sua história com muito brilho. Tenho 21 anos só e tenho mais 10 ou 15 anos de carreira e não é um torneio que vai mudar a minha vida. O mais importante foi o aspecto da confiança, de saber que eu posso jogar em alto nível, que posso ganhar dos melhores jogadores.

É Craque!- E qual é a meta?

Bellucci - Figurar entre os 50 melhores tenistas do mundo.

É Craque! - O que precisa melhorar para chegar ao objetivo?

Bellucci - Preciso melhorar a parte física, evoluir bastante na técnica e tática também. Na parte técnica, tenho que ser um pouco mais sólido, e no aspecto tático, tenho que saber usar melhor os meus golpes.

É Craque! - Entre os dias 18 e 20 de setembro, teremos os confrontos pela Copa Davis, em Porto Alegre. Quais são as chances do Brasil de vencer e voltar ao grupo mundial?

Bellucci - Jogaremos em casa com o apoio da torcida, no saibro, e estamos com uma confiança maior por estar com o melhor time dos últimos 4 ou 5 anos. Temos a dupla que está em alto nível. Somos favoritos porque temos jogadores melhores ranqueados, mas precisamos respeitar o Equador. O Nico (Nicolas Lapentti) é um tenista experiente e poderá fazer a diferença para eles.

É Craque! - Como superar Nadal e Roger Federer? Eles não são invencíveis?

Bellucci - Boa pergunta. O Nadal tem grande energia e entusiasmo em todos os golpes. A esquerda dele é impressionante e, mesmo em uma posição desfavorável na disputa do ponto, consegue “winners”. Já Federer se move bem, executa pancadas e tem frieza e calma.

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