“Será uma tragédia se Goiânia não for uma cidade-sede”

Entrevista

Por Bruno Félix

Governador de Goiás por oito anos e agora senador da República, Marconi Perillo, (PSDB – GO), estava presente em Zurique, na Suíça, no anúncio do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014.

Em entrevista ao jornal É Craque!, o senador disse acreditar nas chances de Goiânia ser uma subsede do Mundial. “Temos força política, um segmento empresarial e um setor produtivo muito atuantes, dinâmicos e modernos”, afirmou.

Marconi comentou a declaração da senadora de Santa Catarina Ideli Salvatti (PT) sobre Goiânia não ter condições de sediar jogos. “Não creio nessas declarações, caso seja verdade, acho que é desconhecimento da qualidade de vida que Goiânia oferece”, disse.

O senador declarou que se empenhará para a capital ser escolhida entre as 18 cidades que concorrem às vagas. “Tudo que depender de mim como senador da República para Goiânia ser uma das cidades escolhidas estarei à disposição para colaborar”.

A seguir, a íntegra da entrevista:

É Craque!: Quais as chances de Goiânia ser uma cidade-sede?

Marconi Perillo: Tive a oportunidade de estar em Zurique, na Suíça, acompanhando o anúncio do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014, e em algumas conversas com o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, CBF, Ricardo Teixeira, perguntei a ele a chance do estado de Goiás ser uma subsede da Copa.

Ele me disse que havia chances muito grandes, primeiro pela importância do estado, segundo porque quando fomos chamados para colaborar com a melhoria do estádio Serra Dourada nas eliminatórias para a Copa de 2002, cumprimos nosso papel.

Claro que serão necessárias algumas iniciativas do poder público no sentido de melhorias do próprio estádio, novas reformas, adaptações às regras da FIFA e, principalmente, estímulo ao setor de hotelaria.

Assim, atendendo às necessidades da FIFA. Tudo que depender de mim como senador da República para Goiânia ser uma das cidades escolhidas estarei a disposição para colaborar.

É Craque!: E o transporte? Será necessário um metrô na capital?

Marconi Perillo: Caberá ao poder público e a própria iniciativa privada adotar todas as providências no sentido de que o transporte possa estar à altura de uma competição como essa. Não apenas para o Mundial, e sim para a sociedade goianiense.

Não sei se haverá necessidade de um metrô, para isso é preciso dinheiro do governo federal, empréstimo internacional.

É Craque!: A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) afirmou que Goiânia não tem condição de ser uma cidade-sede ao Mundial. A disputa por ser uma subsede pode acabar tornando uma “guerra” política entre os governos?

Marconi Perillo: Não acredito que a senadora tenha dito isso. Caso tenha dito essa afirmação, o que falta na verdade é conhecimento. Acho que a senadora precisava conhecer melhor Goiânia, para assim poder dar uma opinião mais apurada. Não creio nessas declarações, caso seja verdade, acho que é desconhecimento da qualidade de vida que Goiânia oferece.

Hoje há uma verdadeira guerra entre os estados disputando a possibilidade de ser uma subsede, talvez isso possa estar acirrando um pouco os ânimos, mas não creio que a questão política possa prevalecer em relação a outros aspectos, como o fato de Goiânia ser a capital mais central do Brasil ao lado de Brasília, isso por si só já é um atrativo muito forte.

É Craque!: Brasília sendo uma cidade-sede garantida pode atrapalhar a escolha de Goiânia?

Marconi Perillo: Isso não significa que Goiás esteja fora, pelo contrário, acho que isso reforça a idéia que Goiânia deve participar. Goiânia e Brasília vão se complementar durante a realização da competição.

Segundo Ricardo Teixeira, os estados garantidos como subsedes são: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Brasilia. Faltam cinco vagas para o restante do país, e algumas estão desqualificadas tecnicamente, e não é Goiânia. Há muito crédito de Goiás na CBF.

É Craque!: Mensagem otimista aos Goianos?

Marconi Perillo: Creio muito no potencial do estado no nível de relacionamento que temos. Goiás não é mais um estado qualquer, muito menos Goiânia, até lá haverá muita briga, mas eu tenho muita confiança no nosso potencial para ser uma subsede.

Temos força política, um segmento empresarial e um setor produtivo muito atuantes, dinâmicos e modernos. Será uma tragédia se Goiânia não for apontada como uma das cidades escolhidas a sediar o Mundial no Brasil.