No último domingo um brasileiro brilhou na Fórmula 1. E não foi Felipe Massa. Foi a vez de Nelsinho Piquet, que conquistou seu primeiro pódio, um segundo lugar, onde há 30 anos o pai, o tricampeão Nelson Piquet, estreava: Hockenheim, na Alemanha. Era o dia dele e de uma adorável coincidência. "Esse circuito agora vai ocupar um lugar especial na minha carreira, assim como ocupou na do meu pai", conta o piloto que nasceu em Heidelberg, a 25 quilômetros do circuito e faz aniversário na próxima sexta-feira, 25 de julho.
Nelsinho iniciou a carreira no automobilismo em 1993 no kart, categoria na qual se consagrou tricampeão brasileiro. Em 2002, foi campeão da Fórmula 3 Sul-americana e, em 2004, sagrou-se campeão inglês da Fórmula Inglesa, tornando-se, nos dois casos, o piloto mais jovem a conquistar o título. O brasileiro ingressou na Fórmula GP2 em 2005 e disputou em 2006 a segunda temporada. Neste ano, Nelsinho perdeu um duelo muito especial contra Lewis Hamilton que conquistou o título, com o brasileiro vice-campeão.
Em 2007, Nelsinho iniciou um novo capítulo na carreira como piloto de testes da equipe Renault na Fórmula 1. De lá, foi um pulo para assumir o cockipt titular da escuderia francesa ao lado do espanhol bicampeão Fernando Alonso.
Em entrevista exclusiva concedida por e-mail ao É Craque!, o piloto admitiu ter contado com a sorte na prova de domingo e se mostrou bastante consciente sobre o que quer na carreira. "É óbvio que meu resultado não se deveu apenas à sorte, mas também a minha performance e à estratégia da equipe", afirma. E acrescenta: "Hockenheim foi apenas mais uma etapa. Vou continuar trabalhando duro, como sempre fiz".
A seguir, leia a íntegra da entrevista e veja o que Nelsinho diz sobre o inglês Lewis Hamilton e o companheiro de equipe Fernando Alonso.
É Craque! - O primeiro pódio na sua carreira veio em boa hora?
Nelsinho - Foi excelente ter conquistado esse pódio. É claro que tive sorte com a entrada do safety car, mas o resultado não teria vindo se a equipe não tivesse utilizado uma excelente estratégia e se eu não tivesse correspondido na pista. É sempre bom mostrar seu potencial e estou muito feliz por isso.
É Craque! - Nelsinho, o seu companheiro de equipe, o espanhol Fernando Alonso, comentou após a corrida que você contou com a sorte. Você concorda com a afirmação dele?
Nelsinho - É claro que também contei com a sorte, não tem como negar. Com a entrada do safety car, após o acidente com o alemão Timo Glock, da Toyota, realizei apenas uma parada e levei o carro até o fim. A sorte faz parte do automobilismo e já beneficiou muitos pilotos, entre eles o próprio Alonso. Domingo foi o meu dia. Mas é óbvio que meu resultado não se deveu apenas à sorte, mas também à minha performance e à estratégia da equipe. Sabia que Hamilton vinha muito rápido e Massa nem tanto. Assim, preferi manter meu ritmo para assegurar o segundo lugar, em vez de forçar o carro.
É Craque!- E como é sua relação com o Alonso? Ele está contribuindo para sua formação de piloto?
Nelsinho - Temos uma boa relação profissional. E é claro que aprendo com ele, afinal tenho um bicampeão mundial como companheiro de equipe.
É Craque! - Há 17 anos, dois brasileiros não subiam no pódio, a última vez foi com Senna e o Nelson Piquet. Como é a emoção de ter quebrado este jejum ao lado do Massa?
Nelsinho - Foi excelente, um momento muito especial. O Brasil merece isso. Espero que isso ocorra mais vezes no futuro.
É Craque!– Hockenheim. 1978: estréia do seu pai na F1. Agora, o primeiro pódio seu na Fórmula 1. É uma pista que você gosta de correr? Fale um pouco da coincidência entre os resultados?
Nelsinho - Gosto muito do circuito, é uma pista desafiadora, e que agora vai ocupar um lugar especial na minha carreira, assim como ocupou na do meu pai. Foi uma coincidência bacana, ainda mais porque nasci em Heidelberg, a 25 quilômetros do circuito.
É Craque! - Este ano é um ano de aprendizado? Há pressão por causa da estréia fantástica de Lewis Hamilton no ano passado?
Nelsinho - Estou aprendendo muito este ano sim, afinal muita coisa para mim era novidade, como a rotina de um fim de semana de corrida, os circuitos etc. Não me sinto pressionado pelo desempenho do Hamilton no ano passado. A situação era muito diferente, ele tinha o melhor carro da temporada, o que não é o meu caso. Não é possível cobiçar os mesmos resultados.
É Craque! - O carro da Renault se tornará competitivo para a próxima temporada? É possível duelar de igual para igual com Ferrari e McLaren?
Nelsinho - A equipe está trabalhando duro para isso, mas ainda é muito cedo para dizer. Nem como o carro vai se comportar até o fim desta temporada é possível prever.
É Craque! - O resultado de Hockenheim é o começo de uma nova etapa em sua carreira na Fórmula 1?
Nelsinho - Não, foi apenas mais uma etapa. Vou continuar trabalhando duro, como sempre fiz, para obter o melhor resultado possível para a Renault.
É Craque! - Quais são suas aspirações a curto prazo na F-1?
Nelsinho - Ganhar o máximo de experiência na F1 e marcar mais pontos até o fim da temporada.
As fotos do É Craque! são todas de divulgação
"Hockenheim foi mais uma etapa"
Postado por Bruno Félix às 23:59
Marcadores: Entrevistas
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