Pela saúde

Por Lorena Rodrigues

No mesmo dia em que a saltadora alemã Anna Battke competiu com frases escritas no seu próprio corpo contra o uso de substâncias proibidas, Rebeca Gusmão foi julgada, nesta sexta, por um doping constatado em maio de 2006, quando o exame acusou alta taxa de testosterona, hormônio masculino.

Depois de mais de cinco horas de julgamento em Lausanne, na Suíça, o veredicto ainda pode demorar até 45 dias para sair.

Se for punida pela federação, Rebeca pode ficar até dois anos fora de competições esportivas.

A punição renderia ao Brasil a perda de uma grande atleta. Rebeca sempre demonstrou adorar o que faz e, mais, vencer era sua meta. Tanto que acabou fazendo uso de dopping (mesmo que ela negue, os exames parecem incontestáveis, assim como sua aparência física).

Fazer uso de substâncias proibidas é um ato injustificável no esporte. Esporte é sinônimo de saúde, de desempenho natural, de acordo com que o corpo aprendeu a suportar com os fortes treinamentos. Acelerar esse processo é no mínimo injusto e deve mesmo ser severamente punido.

Rebeca já sentiu isso na pele. Em dezembro passado, a Organização Desportiva Pan-Americana cassou as quatro medalhas conquistadas por Rebeca durante o Pan do Rio.

Os dois ouros obtidos por Rebeca nos 50 m e nos 100 m livre acabaram com a venezuelana Arlene Semeco, que tinha ficado com a prata nas duas provas.

Pergunto: valeu a pena? A atleta decepcionou o Brasil, que viu nela a primeira nadadora brasileira a ganhar medalha de ouro (duas) em Jogos Pan-Americanos.

Os parabéns vão para a saltadora Anna Battke, por uma manifestação silenciosa e tão importante para o esporte mundial.