Arte ou esporte? Quem vai ao circo vê as duas coisas. A descontração e a brincadeira do palhaço, o equilíbrio do trapezista, os corajosos motoqueiros do Globo da Morte, a maleável contorcionista, entre outros profissionais do circo nos fazem pensar na sutil linha que pode separar a arte do esporte e vice-versa. Se é que existe mesmo separação.
A tendência é pensar nas atividades circenses apenas como uma arte, se esquecendo que o esforço e a concentração são características típicas do esporte, tão antigo quanto o surgimento do circo.
Considera-se que as atividades circenses surgiram na China. Foram descobertas pinturas de acrobatas, contorcionistas e equilibristas com quase 5 mil anos de idade. Essas atividades faziam parte do treinamento dos guerreiros para que eles ganhassem mais força, agilidade e flexibilidade (e o esporte geralmente requer isso).
Os espetáculos só começaram em 108 antes de Cristo, quando houve uma grande festa para visitantes estrangeiros, com números surpreendentes. O imperador chinês gostou tanto que todo ano, durante o Festival da Primeira Lua, o show se repetia.
Foi no ano de 40 antes de Cristo que o circo ganhou espaço, com a construção do Coliseu, onde cabiam 87 mil pessoas e aconteciam apresentações de animais, engolidores de fogo, gladiadores e outros.
O circo moderno, como nós conhecemos hoje, surge muito tempo depois. O primeiro circo europeu moderno foi inaugurado em Londres, na Inglaterra, por volta de 1770, por Philip Astley. Como ele era oficial da cavalaria britânica, o espetáculo era de manobras com os cavalos.
Contudo, Astley logo percebeu que, para animar o público, precisaria de outros
números. Ele reuniu equilibristas, saltadores, palhaços e artistas populares para incrementar o show, que fez muito sucesso e incentivou a abertura de outros circos.
O circo foi trazido para o Brasil primeiramente pelos ciganos, que fugiram da Europa por sofrerem perseguições étnicas e religiosas. Esse povo sempre demonstrou intimidade com a arte circense e apresentava espetáculos com ursos domados, ilusionismo, exibições a cavalo e teatro de bonecos. No entanto, foi somente no fim do século XIX que o circo se modernizou no Brasil.
Estima-se a existência de 500 circos no nosso país, de pequeno, médio e grande portes, desde companhias familiares, com cerca de 20 empregados, até grandes trupes com 150 profissionais.
Show, espetáculo, entretenimento, cultura, concentração, força, profissionalismo. Tudo isso foi visto ao longo desse breve resumo sobre as atividades circenses. E são características presentes tanto no esporte quanto no circo. Será que existem mesmo dúvidas de que o velho circo está tão longe assim do esporte?
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2 comentários:
Massa o texto, dona Lorena. Gostei muito da abertura. Textos assim são capazes de atrair até quem não é público cativo de esportes, como eu.
O circo parece mesmo um misto entre arte e esporte. Não é fácil realizar os movimentos que eles conseguem nas apresentações. Diria até impossível para quem não faz treinamento como o deles.
Poderiamos comprar o velho clichê de que é um esporte que encanta na brincadeira da arte.
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