Por Bruno Félix
Na mosca! A expressão representa o ápice no Tiro com Arco. É como se fosse um gol numa partida de futebol. O arqueiro se concentra, mira, e com muita destreza acerta bem no centro do circulo laranja e crava dez pontos, a nota máxima. Em Goiás, a modalidade ainda está engatinhando. São três clubes, porém, apenas o Goyas de Arco e Flecha tem arqueiros e participa de competições nacionais e regionais. A Federação Goiana foi criada há seis anos por um grupo de
quatro amigos apaixonados pelo esporte. Ao lado do hoje presidente da Federação Goiana da modalidade Henrique Junqueira Campos, Paulo Gonçalves, Túlio Cícero Ottoni e Ronaldo Nacaxe, deram o pontapé inicial para a profissionalização do Tiro com Arco no Estado. Mesmo com pouca experiência, nada impede a participação dos goianos em campeonatos. E desde a chegada da modalidade a Goiás, há 18 anos, a prática só vem aumentando.
Para melhorar o cenário nacional e competir nas mesmas condições que qualquer atleta no mundo, Henrique vem trabalhando forte na formação de atletas. Para se ter uma idéia, dos arqueiros que competem em Goiás, todos iniciaram a carreira com o presidente da Federação. "Ele ensinou todo mundo", confirma Wilmar Pereira Coutinho, que pratica a modalidade há um ano, por incentivo do filho, Samuel Coutinho. O esforço já vem trazendo resultados expressivos tanto nas categorias por equipe e individual. No 34º Campeonato Brasileiro Outdoor, realizado no ano passado, em Goiânia, duas equipes formadas pelo Goyas de Arco e Flecha, ficaram na 4ª e 2ª colocação geral por equipes. "Não perdemos nada para os arqueiros paulistas, mas ainda estamos bem abaixo na modalidade em relação aos sul-coreanos", afirma Henrique.
No individual, categoria paraolímpicos, o cadeirante Andrey Muniz de Castro, que fez sua estreia no Brasileiro, conquistou o título de campeão nacional. A paixão pelo Tiro com Arco teve início na fase de criança. Após ver uma foto de um para-atleta na internet, que atirava com um braço só e puxava a corda com a boca, ele não teve dúvidas: começou a praticar. "Isso aqui é tudo na minha vida. Não me vejo longe desse esporte tão gostoso", confessa Muniz, que transformou a brincadeira de acertar o alvo em profissão. Ele treina de duas a três horas por dia para se aperfeiçoar. Os treinos têm um motivo especial: em maio Muniz disputa em Brasília uma vaga para o Mundial na República Theca. "O tiro com arco me trouxe reconhecimento e muita disciplina", avalia.
Além dos sete atletas que praticam a modalidade profissionalmente, outros 25 não competem, mas estão no esporte por afinidade e praticam esporadicamente. O baixo número de profissionais, segundo Henrique, é pelo alto custo do arco. O preço chega à quase R$ 5 mil. Porém, depois, os amantes terão apenas que gastar com a manutenção do equipamento. "É caro porque as peças são importadas", explica Henrique. Ele acredita que para popularizar o Tiro com Arco é preciso incluir a modalidade nas escolas e diminuir os custos. "O que é quase impossível de acontecer", lamenta. A realidade da modalidade em Goiás é reflexo da do país. Sem títulos de expressão, apesar de ser disputado há 40 anos no Brasil, o esporte só rendeu aos brasileiros quatro medalhas de bronze em Jogos Pan-americanos. Em Olimpíadas, nada. Após 16 anos de ausência, o país voltou a disputar o tiro com arco nos Jogos de Pequim, em 2008 com o arqueiro Luiz Gustavo Trainini da Silva. No entanto, ele foi eliminado na primeira fase para o sul-coreano Kyung-Mo Park.
A popularização do Tiro com Arco depende também do conhecimento sobre os ganhos que os praticantes têm na saúde. Dos 5 aos 90 anos a prática é totalmente recomendável. Quem se aventura traz argumentos como melhora na qualidade de vida, força, aptidão mental, aumento da concentração, equilíbrio e coordenação motora. "Considero um esporte muito social que aproxima as pessoas de todos os diferentes segmentos da população. Quase todos os grupos etários podem praticar e há tanto mulheres como homens. Não existe uma concorrência sexo ou gênero", destaca Henrique. Em comum, todos concordam que um dos principais aprendizados do tiro com arco é o respeito e a convivência, especialmente entre gerações.
Campeonatos
No critério de desempate, o arqueiro Altair Campos, venceu no último domingo, a primeira de cinco etapas do Campeonato Brasileiro de Tiro com Arco, com 563 pontos, no Ginásio de Esportes da Diretoria Geral da Polícia Civil, na Cidade Jardim. Ele empatou nos pontos com Henrique Junqueira. Porém, no número de notas dez, Altair teve o melhor desempenho e ficou em primeiro. A competição aconteceu simultaneamente em nove capitais brasileiras e só depois será contabilizado os pontos dos líderes no ranking brasileiro. Além de Altair e Henrique pontuaram bem Andrey Muniz de Castro (549), William Antônio de Oliveira (543), Wilmar Pereira Coutinho (534), Samuel Coutinho (529) e Juliano Barreto (496). Depois, os resultados foram enviados para a Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTARCO).
Simultaneamente à competição nacional, foi realizado o Campeonato Goiano da modalidade. Os 60 tiros a que os arqueiros tiveram direito pelo Brasileiro foram decisivos para decidir a participação no regional. Os mais bem pontuados participaram do eliminatório Round Olímpico. Altair Campos resolveu não competir no Goiano. Cada arqueiro teve direito a 12 flechas. Dos 120 pontos possíveis, Henrique fez 111 e ficou com a primeira vitória na competição. Em segundo, Andrey com 110. William ficou em terceiro (110). Como o campeonato nacional, o estadual também terá cinco etapas. Quem pontuar mais ao final delas fica com o título.
2 comentários:
o meu arco eu fiz de conduite de 1 polegada e meia flechas comuns ele mede 20 librasa de preçao a corda e barbante transado em 4 fios super resistente
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