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Por trás do brilho da Tocha Olímpica





As Olimpíadas de Pequim, na China, começam, de fato, apenas daqui a quatro meses. Mas, todos, de qualquer etnia, já poderiam estar participando da festa desde o dia 24 de março, quando a Tocha Olímpica iniciou sua volta ao mundo.

Não é isso que se vê. A cada parada, o revezamento da tocha em nada lembra a alegria que vimos aqui mesmo no Brasil, quando a chama dos Jogos Pan-Americanos, passeou por todo o país. São protestos e mais protestos.

A razão? Organizações pró-Tibete e os Repórteres Sem Fronteira pedem atenção aos Direitos Humanos na China.

Desde 1949, o Tibete, foi tomado pela China - está na região sudoeste do país. Desde então, o povo tibetano busca a independência. Assim, o problema lá é basicamente de natureza política: dominação colonialista, de um lado, e resistência do povo tibetano, de outro. Essa é a constatação a que chegou um recente relatório das Nações e Povos Não Representados. 1 milhão e 200 mil tibetanos, um sexto da população do Tibete, morreu como conseqüência direta da ocupação chinesa. Mais de 6 mil monastérios, templos e edifícios históricos foram destruídos.

Coincidência ou não, os ânimos se exaltaram mais a partir do mês passado, ou pelo menos, viraram notícia na mídia nesse período. Assim como notícia agora são os protestos e não a glória da milenar tocha.

É mais do que correto trazer à tona esse conflito na China, um país comunista, que cresce vertiginosamente no ritmo do capital, repreendendo um povo, que ainda hoje, em pleno século XXI não é independente.

A bandeira preta com algemas simbolizando os anéis olímpicos tem sido um dos símbolos dos manifestantes, que também levam cartazes com frases como "a chama da vergonha", "Tibete livre" e "respeito aos Direitos Humanos".

Porém, o ápice é conseguir apagar a chama. Muitos já foram presos, quando tentavam tal alto. Em Paris, conseguiram, por pelo menos três vezes. O trajeto foi encurtado e cerca de 30 pessoas foram presas.

Se isso vai resolver o problema do Tibete? Ninguém pode afirmar. Mas que pelo menos vai revelar para o mundo que, muitas vezes, por trás da espetacularização das Olimpíadas existe algo muito mais importante que a chama dourada da tocha ou o brilho das medalhas de ouro, existe a vida humana repreendida, num mundo que ainda permite o aprisionamento de povos e culturas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom texto, correto, a china além de massacrar o tibet, tenta esconder isto da população mundial, agora e facíl, sadomise o proxímo e o utilize como "bode expiatório".

Consumindo Realidade disse...

O Estados Unidos fecham os olhos e fingem que nada acontece, já mirando a crescente economia chinesa. Mas a pré-candidata à presidência Hillary Clinton fez um apelo ao senhor George (o da floresta) W. Bush para que a delegação desportiva yankee não participe dos jogos, que antes de começarem demonstram que a China está longe de se abrir totalmente, é um país desigual, que massacra seu povo, garante a abertura econômica para o capital de fora, mas não se preocupa com a pobreza, a taxa de poluição e o consumo sem rédeas.