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Dirigentes goianos são contra a Lei 8660/93


No Campeonato Brasileiro 2008 um técnico foi demitido por semana. Das 38 rodadas, 28 comandantes foram dispensados da competição. Média de apenas 7,5 dias de trabalho. O campeão em demissões foi o rebaixado Figueirense que trocou de comando técnico quatro vezes. Já o Atlético Paranaense, Náutico e Ipatinga mudaram três vezes de técnico. Porém, em prol do trabalho contínuo nos clubes está em tramitação no Congresso Nacional uma proposta oficial para proteger esses profissionais. A Lei 8660/93, que força os clubes nacionais a firmarem vínculo de, no mínimo, seis meses com os treinadores.
 
"Caso essa lei seja aprovada será muito ruim para os clubes. A longevidade de um treinador depende dele mesmo. Fico chateado porque só fazem leis para prejudicar o trabalho. Se não bastasse a Lei Pelé que está quebrando os clubes, agora querem forçar o time a ficar as vezes com um treinador sem qualidade e que não se adaptou aos jogadores. Paciência", desabafou o diretor de futebol do Atlético, Adson Batista.
 
Para o presidente eleito do Goiás, Syd de Oliveira Reis, a aprovação da lei significa o fechamento da liberdade de contratar. Ele avalia que o mercado de treinadores não é de tanta qualidade e que muitas vezes é preciso fazer experiências. "Trocar de treinador é mais prático que trocar o time inteiro. Se for vigorada será ruim para todos os clubes nacionais", criticou. Ele ainda reforçou que já existem mecanismos como a multa contratual para proteger o trabalho dos treinadores. "Seis meses é bastante curto para avaliar o trabalho do profissional. Os campeonatos são longos e é preciso tempo maior", avalia Syd, que disse que no Goiás a política é de trabalho contínuo.
 
Segundo o presidente do Vila Nova, Sizenando Ferro, a lei é uma forma de "acorrentar" os clubes quando o treinador não vai bem. Segundo Ferro, é preciso dar continuidade ao trabalho do técnico, mas, por outro lado, o comandante não pode ser intocável. "Sou a favor de um trabalho longo à frente do clube, mas às vezes o grupo de jogadores não responde ao esquema tático do técnico. Com a aprovação da lei, o clube ficará seis meses com um profissional que não trará resultado positivo", confirma. 
 
A exceção à regra no futebol brasileiro é o técnico do São Paulo Muricy Ramalho, tricampeão Brasileiro. Em 2008, ele passou por momentos difíceis. Após a eliminação nas oitavas-de-final da Libertadores para o Fluminense, o comandante são-paulino foi bastante questionado. A saída de Muricy parecia ser uma questão de tempo. Entretanto, apesar das dificuldades, a diretoria confiou no trabalho do técnico e o manteve no cargo. Resultado: o São Paulo acabou hexacampeão Brasileiro, além de ser tricampeão de forma consecutiva pela primeira vez na história do futebol nacional.

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