Goiano é o melhor lutador de MMA no Japão

Numa arena, dois homens têm três rounds para lutar e convencer o adversário a desistir do combate. Não há como escapar. Eles dão socos, joelhadas, cotoveladas, chaves de braço e pontapés. Podem usar golpes de jiu-jitsu, boxe, judô, muay thai e karatê. A beleza dos movimentos pouco importa. A luta é uma sinfonia de ruídos ásperos, gritos e adversários derrotados. Tudo isso faz parte do universo do MMA (Mixed Martial Arts), o antigo Vale Tudo. Em Goiânia, existem muitos atletas amadores e poucos profissionais. Entre os especialistas na modalidade, o goiano Leandro "Batata" Silva, 29, categoria até 84kg, primeiro do ranking Shooto Japonês e campeão do Fury FC 7, no úlitmo fim de semana no Rio de Janeiro.

 

"Em Goiás sou o atleta de MMA que mais chegou longe na modalidade. Já realizei lutas no Japão e conquistei títulos expressivos na minha categoria", destacou Batata, que em janeiro vai defender o título de campeão do Shooto Japonês. Para continuar sendo vitrine na categoria e realizar o sonho de chegar a ser um dos melhores do mundo, ele treina na capital goiana cinco horas por dia, de segunda a sábado, sob os olhares do treinador Malhado. "Não posso ser pego despreparado".

 

Especialista em boxe e muay thai, Batata luta MMA há nove anos. A paixão pelas lutas começou nos tempos de criança. Mas mesmo com o DNA favorável aos combates, ele se diz um atleta que precisa aprimorar algumas deficiências para não sofrer nenhum tipo de surpresa no ringue. "Como sou conhecido, poucos lutam comigo em pé. Os adversários partem para a luta no chão", relata o goiano que está focado nos treinamentos de jiu-jitsu, luta típica de chão, ao contrário do boxe e muay thai, nas quais ele é especialista.

 

A luta, que em Goiânia ainda está engatinhando, nos Estados Unidos já ameaça a audiência dos campeonatos de beisebol e futebol americano. Um evento do Ultimate Fighting lota ginásios e estádios. Batata destaca que esse efeito faz parte da valorização do esporte e dos lutadores fora do Brasil. "Lutar é minha profissão. Vivo disso. É o meu trabalho. Sou realizado e quero ser um espelho para incentivar o público a entrar no mundo das lutas", sonha Batata, que na carreira fez 21 lutas e conquistou 16 vitórias. Apesar dessa popularização no exterior, é bom ressaltar um detalhe: esse esporte, que conquistou o mundo e cresce mais que qualquer outro em popularidade, nasceu no Brasil.

 

Perfil:

Leandro "Batata" Silva

Idade: 29 anos

Categoria: até 84kg

Altura: 1,77m

Equipe: Nova União (RJ)

Fonte: Diário da Manhã