Atlético faz segredo para a final

Felipe Ribeiro

O Atlético despistou ontem torcedores e imprensa, ao cancelar treino coletivo que seria realizado no Estádio Antônio Accioly. A mudança foi solicitada pelos jogadores, pois a grama do estádio estaria alta e pesada, aumentando assim o desgaste físico. O trabalho foi transferido para o CT do Urias Magalhães, onde foi realizado apenas trabalho técnico: jogadores da zaga treinaram defesa de bolas paradas, enquanto o restante aprimorou as finalizações.

Estes dois aspectos são apontados pelos jogadores como fundamentais para se sobressair sobre o Goiás. No primeiro clássico entre as equipes, realizado no 3º turno, o Atlético perdeu várias chances na etapa inicial, enquanto o Verdão abriu placar após cobrança de escanteio. "Todo mundo sabe que a principal jogada deles é a bola parada. E precisamos evoluir nas finalizações, para chegar aos gols e reverter a vantagem do Goiás", destaca volante Róbston. Ele explicou que a mudança do treino também visou estas correções.

"Fizemos coletivo durante todo o campeonato, não temos mais esta necessidade. Este trabalho tático foi mais útil se considerarmos uma final", argumenta. O técnico PC Gusmão destacou que pretende evitar qualquer tipo de lesão às vesperas do clássico, como a que ocorreu com volante Jair, na sexta-feira da semana passada.

"Agora vale muito mais a concentração, para que todos estejam inteiros. E eu sempre priorizei trabalho tático e de posicionamento, até em campo reduzido", afirma. Sem a realização do coletivo, as dúvidas quanto ao time titular permanecem: volante Luciano Totó e meia Francismar disputam vaga de Jair, enquanto André Leonel sonha em ser escalado no posto do inconstante Marcão.

"A definição ocorrerá na preleção de amanhã à noite", finaliza PC.

Família acompanha treinos

A mulher, as duas filhas e o genro do técnico PC Gusmão marcaram presença durante a semana nos treinos do Dragão. Eles residem no Rio de Janeiro e chegaram no domingo, especialmente para acompanhar as finais do Goianão. "Minha família é meu maior patrimônio e sempre os valorizei. Eles estão presentes em todas as decisões", afirma o treinador.

Entretanto, a distância é mantida durante a noite, já que o treinador permanece concentrado com o elenco no CT do Urias Magalhães, enquanto os familiares ficam hospedados em um hotel.

"Posso dar a volta por cima"

O atacante Marcão completará amanhã um mês sem balançar as redes. A última vez em que marcou foi em dose tripla, na goleada por 7 a 2 contra a Anapolina, no dia 25 de março. Além da queda de rendimento, ele acompanha a ascensão de André Leonel, que anotou três gols decisivos nos dois jogos das semi-finais, contra o Itumbiara.

É Craque!: Como você reage às cobranças em relação ao seu desempenho?

Marcão: Isso é normal, estão cobrando porque posso render mais. Agora é um momento decisivo, posso dar a volta por cima e voltar a marcar.

É Craque!: Estas cobranças servem como estímulo para as finais?

Marcão: Com certeza. Estou sonhando com um gol na final, seria ainda mais gostoso de comemorar. Respeitamos a equipe do Goiás, sabemos que eles possuem a melhor defesa, mas temos que continuar com o melhor ataque do campeonato.

É Craque!: O Goiás joga por dois empates ou vitória e derrota pelo mesmo placar. Até que ponto esta vantagem é decisiva?

Marcão: É sempre bom ter uma vantagem na mão, em um confronto equilibrado. Mas precisamos superar isto, com muito treino e determinação ao longo desta semana.

É Craque!: O que o Atlético aprendeu da derrota para o Goiás no 3º turno do campeonato?

Marcão: Um clássico é decidido em detalhes. Serviu como lição, mas agora vamos entrar em campo mais fechados, atentos nas bolas paradas. E também precisamos melhorar no ataque.

É Craque!: Você sente falta do Juninho, seu companheiro de ataque na Série C do Campeonato Brasileiro do ano passado?

Marcão: O Juninho faz falta em qualquer equipe. Quando ele puder jogar, não só vai me ajudar, mas também todo o Atlético. O Elias entrou bem no lugar dele, está fazendo os gols e ajudando a equipe.