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Demissão sem justa causa

Por Bruno Félix

A demissão do técnico PC Gusmão do comando do Atlético foi, no mínimo, uma atitude de time pequeno. E os números comprovam isso. Em 14 partidas, o comandante conquistou 10 vitórias, um empate e três derrotas – uma para o Santa Helena (3 a 0) e duas para o atual campeão Goiás (2 a 0). A última na final da competição foi decisiva para a perda do título e deve ter contribuído para o fim da era PC. Além dessa justificativa, a diretoria atleticana confirma que o rubro-negro teve que fazer uma readequação financeira na folha. Sobrou para o treinador, que recebia R$ 50 mil. Um dia depois da demissão do PC, a cúpula rubro-negra confirmou o retorno do técnico Mauro Fernandes, que participou do elenco vitorioso campeão da Série C do ano passado e saiu de Goiânia como herói atleticano.

No começo do ano, o mesmo Mauro Fernandes deixou o Atlético para assumir o Vitória (BA). Lá, ele receberia R$ 80 mil, o dobro que era pago pelo rubro-negro na época. Além disso, no discurso de despedida, Mauro Fernandes citou a participação do time baiano na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana como fatores favoráveis a sua saída. No Vitória, ele durou pouco mais de um mês e foi demitido. Em sete partidas no comando do Leão, Mauro Fernandes obteve cinco vitórias, um empate e apenas uma derrota, para o Fluminense de Feira de Santana.

Apesar dos números apontarem bom desempenho da equipe, o futebol do Vitória não era vistoso e nem encantava os torcedores. Mauro disse que a saída do clube baiano foi por causa de divergências com o presidente do clube. Na chegada ao Atlético, ele afirmou que não se arrependeu por ter deixado o Dragão naquela época e garantiu que ganhou experiência na fase vivida longe de Goiânia. Sob o comando do vice-campeão goiano, foram 45 jogos, sendo 39 partidas oficiais e seis amistosos. Conquistou 30 vitórias, nove empates e seis derrotas. Fernandes deve ganhar os mesmos R$ 40 mil de antes. O valor significa R$ 10 mil a menos que o PC ganhava no comando da equipe. Valor que consideravelmente não faz nem cócegas para um clube de futebol. Então, a primeira desculpa foi refutada.

A segunda, a perda do título estadual, que não foi um absurdo. O Atlético perdeu para o Goiás, a melhor estrutura da capital e que nas últimas cinco decisões do Goianão (2005, 2006, 2007, 2008 e 2009) marcou presença na final. Para enriquecer ainda mais a força do esmeraldino, de 1996 a 2003, o Goiás decidiu a competição e ganhou sete vezes. Perdeu apenas uma para o Vila Nova em 2001. O histórico do Goiano confirma que o Goiás já entra no estadual na decisão e quando isso não acontece é uma fatalidade. Então, perder para o Goiás é mais do que natural. Segunda opção, derrota na final, não convenceu.

O certo é que depois da saída de PC Gusmão, nos bastidores, ficou meio que esclarecido que o comandante não tinha um bom relacionamento com membros da comissão técnica – um dos médicos do clube -, da diretoria e até com alguns jogadores, como o volante Romeu, que não vinha sendo aproveitado. Se o trabalho estava sendo conduzido da melhor maneira é bem mais cômodo demitir quem não se propõem a colaborar. O PC é um treinador de Série A e o Atlético deu-lhe um tratamento de Série D. Possível desculpa três, totalmente descartada e parece até boboca. Então, por que o PC Gusmão foi demitido? Infelizmente, não tenho a resposta. Durante a semana quem sabe aparece uma quarta ou quinta justificativa ou desculpa furada mesmo!

3 comentários:

Anônimo disse...

Com o respeito que lhe é devido Srº. Bruno, discordo totalmente da sua opinião de que o ACG é time pequeno.
Penso que todos dessa insigne profissão (jornalismo) deve manter-se imparcial ao comentar futebol.
Infelizmente não é isso que nota-se em suas matérias.
Paixões por times todos temos, no entanto, a partir do instante que assumimos a responsabilidade profissional de emitirmos opiniões devemos nos ater ao brilhantismo e sutileza de esquecermos nosso lado torcedor.
Você é um rapaz novo, recém-formado. Preste mais atenção no seu trabalho e, principalmente, tenha mais respeito com as pessoas que perdem tempo em lê-lo.
Quando não sabe-se o que falar e melhor calar.

Bruno Félix disse...

Rogério, fico totalmente feliz por sua participação no blog É Craque!. Agora, não podemos confundir: "foi, no mínimo, atitude de time pequeno". Ali, ficou claro, que aquela atitude, na minha opinião, foi de um time pequeno. Porém, não falei que o rubro-negro é pequeno! Respeito o Atlético e toda sua história no futebol goiano, mas continuo achando injusto a saída do PC. Outra coisa, não sei se você conhece a proposta de um blog, que é expressar opiniões. Então, por trabalhar na área e acompanhar de perto o que acontece diariamente nos clubes, tenho sim, conhecimento para falar sobre o assunto. Sobre os outros assuntos (insigne profissão (jornalismo), tenha mais respeito com as pessoas que perdem tempo em lê-lo), prefiro não comentar porque você não foi feliz na colocação.

Lorena Rodrigues disse...

Concordo com o Bruno. O que ele escreveu é um ARTIGO de OPINIÃO, no qual ele pode expressar-se livremente e em momento nenhum o texto dele se parece com paixão de torcedor fanático. Aliás, escrever artigos são uma prática comum entre os jornalistas. Todas as opiniões são muito bem argumentadas. Até mesmo quando ele se refere a "uma ATITUDE de time pequeno". Ele não foi desrespeitoso com o Atlético e nem com os atleticanos, apenas apontou um problema: a demissão de PC Gusmão, que apresentou ótimos resultados no comando rubro-negro, apesar de não levar o título goiano.