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Em situação financeira complicada, clubes goianos desistem da Série D

Bruno Félix

O Trindade, 6° lugar no Goianão, abriu mão de disputar a recém-criada Série D do Campeonato Brasileiro. A decisão foi tomada ontem pela manhã, após reunião com a diretoria do Tacão. O presidente do clube, Ucleide de Castro Bueno, o Ferruja, comunicou a decisão à Federação Goiana de Futebol (FGF). "Não iremos participar por termos sido convidados em última hora. Precisamos de um planejamento e falta tempo para isso. Em 2010, buscaremos a classificação pela porta da frente", confirmou Ferruja. Até o momento, somente o Crac comunicou à FGF que participará da Série D. O time de Catalão foi 4º colocado. O Itumbiara (3º), Santa Helena (5°) também desistiram.

Para preencher a vaga, a entidade agora passou o convite para a Anapolina, que ficou em 8° no estadual. O presidente do clube, Gilmar Alves, disse que iniciou ontem a busca por patrocínio para custear os gastos da Série D. "Estou tentando viabilizar o apoio financeiro. A vontade em disputar a competição é grande. No entanto, sem dinheiro não existe a mínima possibilidade", comentou. Caso consiga o patrocínio, a Xata disputará a competição com praticamente o mesmo elenco do Goianão. "Perdemos apenas o meia-atacante Washington para o Vila Nova. O restante do grupo todos tem contrato com a Anapolina", garante Gilmar Alves.

Segundo o presidente da FGF, André Pitta, a resposta oficial do clube deve ser dada hoje até as 12 horas. A Xata deve também não aceitar o convite, por causa da falta de apoio financeiro para cobrir os gastos do Nacional. O clube disputou o Goianão com graves problemas financeiros, precisando adotar medidas emergenciais de economia, como salários de R$ 500,00 mensais aos jogadores, mais um adicional de 60% da renda dos jogos no estádio Jonas Duarte. Pitta disse que caso a Anapolina não aceite o convite para participar da Série D, a Federação irá desistir da vaga junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). "Não vamos ceder uma vaga para um clube rebaixado", justificou.

Problema

Com o fim do Goiano, muitos clubes do estado fecham suas portas visando à próxima temporada da competição estadual. Estes são conhecidos como times de verão, que formam elencos mesclados com jovens pratas da casa e jogadores experientes para compor o time que disputa o estadual. Mas, após o fim do campeonato, os clubes menores ficam exatamente nove meses parados no departamento profissional e seus jogadores tomam rumos diferentes, alguns são emprestados e outros dispensados. O término do Goiano significa esquecimento para os times chamados de pequenos e redução dos gastos. "Tudo se resume em diminuir os custos, muitos clubes iniciam o campeonato rezando para chegar o fim", destaca Pitta.

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