Felipe Ribeiro
A vitória do Goiás sobre o Atlético, por 2 a 0, evidenciou a influência do aspecto emocional nas quatro linhas. O Verdão entrou em campo "mordido", seja pela derrota no primeiro jogo, ou pelos fatores extra-campo ocorridos durante a semana. Um deles foi a receptividade do Dragão ao Fluminense, adversário do alvi-verde na Copa do Brasil, que treinou no CT do Urias Magalhães na quarta-feira da semana passada.
"Todos enalteceram a trairagem do Atlético. O PC até passou algumas dicas para o Parreira, sobre como nos derrotar", destacou o presidente do Conselho Deliberativo do Goiás, Hailé Pinheiro. Já o técnico Hélio dos Anjos se utilizou da foto tirada pelo Atlético, antes da partida, na qual estavam todos jogadores, membros da comissão técnica e diretoria. O treinador citou o ocorrido para o elenco esmeraldino, no intervalo da partida, como uma antecipação da comemoração do título rubro-negro.
"O Goiás foi humilhado durante toda a semana. O Atlético trouxe todos a campo para esta foto, mas no futebol só podemos comemorar após os 90 minutos", desabafou após a partida. Estes elementos foram utilizados como motivador a mais para a conquista da taça. Em campo, um Goiás com raça, pegada e vibração, bem diferente do time que foi derrotado no primeiro jogo.
Um dos exemplos foi a dupla de ataque esmeraldina. O atacante Iarley, que sofreu entradas duras do zagueiro Gil durante toda a partida, foi um guerreiro em campo, com muita movimentação e persistência. Já Felipe, que terminou como artilheiro isolado do Goianão, com 16 gols, apareceu pouco no jogo. Entretanto, quando teve oportunidade em um contra-ataque, anotou um gol de placa e selou a conquista do título.
O técnico Hélio dos Anjos ainda repetiu a fórmula que deu certo no primeiro clássico entre as equipes, no 3° turno, quando venceu pelos mesmos 2 a 0. Optou por atacar somente nos contra-ataques e se concentrou na marcação, enquanto o Atlético procurava, sem sucesso, espaços na defesa esmeraldina.
Erros
O Atlético teve um duplo desfalque que foi decisivo nas finais do Goianão. O meia Anaílson, referência no ataque, ficou fora do primeiro confronto, devido a dores musculares. Minutos antes do segundo jogo, a surpresa: Elias, artilheiro do elenco com nove gols, estava fora, também vítima de fadiga muscular.
Nos dois jogos, o substituto dos desfalques foi o meia Francismar, e não por falta de opção. O técnico PC Gusmão ainda contava com os experientes Wesley e Lindomar no banco de reservas, que apesar de não terem a mesma velocidade, possuem toque de bola refinado, um dos pontos fortes do Dragão.
Francismar provou estar longe de ser titular no meio-campo. No primeiro jogo, perdeu gol de frente para Harley, aos 7 minutos da etapa inicial. Na segunda partida, foi substituído na metade do 1° tempo, após errar vários passes e não conseguir dar sequência às jogadas no meio-campo.
Já o ponto de maior discussão foi o esquema tático do Atlético. Com a intenção de segurar o placar, PC Gusmão escalou o time com três zagueiros. Entretanto, após levar o primeiro gol, ele insistiu na formação e só foi tirar o zagueiro Gilson, para entrada do meia Jorge Henrique, na metade do 2° tempo.
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