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Abuso de autoridade


A principal notícia da quarta rodada do Campeonato Brasileiro Série A não foram as vitórias, derrotas, empates ou belos gol, foi a confusão no jogo entre Náutico e Botafogo.

Ainda no primeiro tempo, aos 37 minutos, Andre Luis cometeu falta por trás em Ruy. O zagueiro, que já havia levado um cartão amarelo por reclamação, foi expulso. Ao deixar o campo, se dirigiu à torcida do Náutico com gestos obscenos, chutou uma garrafa em direção à arquibancada, atingido alguns torcedores, e se dirigiu ao banco de reservas, o que não é permitido. A polícia tentou retirá-lo de campo. Nesse momento, Andre Luis reagiu e teria ofendido moralmente uma policial, recebendo voz de prisão.

Daí em diante, o que era pra ser apenas uma expulsão um pouco mais exaltada, virou uma confusão generalizada. Vários policiais tentaram imobilizar Andre Luis, que se desvencilhou e tentou deixar o campo pela porta do vestiário, que se localizava atrás de um dos gols, mas estava trancada. Os demais jogadores do Botafogo tentaram proteger o zagueiro, e sofreram com a truculência dos policiais, que chegaram a jogar spray de pimenta. até o presidente alvinegro, Bebeto de Freitas, tentou intervir, mas foi empurrado pelas autoridades e levado ao juizado do torcedor junto com André Luis.

Os dois foram condenados a pagar 25 salários mínimos (cerca de R$ 10.400) que serão destinados ao Hospital do Câncer de Pernambuco. Mas Bebeto de Freitas se recusou a aceitar e vai recorrer. Com isso, o processo contra o dirigente será encaminhado ao Ministério Público.

A partida ficou paralisada por 11 minutos, e o clima de tensão era grande até o intervalo. Houve a informação até de que o Botafogo não voltaria a campo após o intervalo, mas os jogadores retornaram para o segundo tempo. Sem condições psicológicas de jogo, o Botafogo acabou perdendo por 3x0.

A pior derrota, mais uma vez, foi do futebol brasileiro. É lamentável ver a polícia, paga para proteger, agir com tanta arbitrariedade com um jogador revoltado por ser expluso. É preciso compreensão nessas horas, afinal, futebol mexe com as emoções. Não que André Luis pudesse fazer gestos obscenos para a torcida ou desacatar um policial, mas daí fazer a confusão crescer e cercá-lo como se fosse um criminoso é demais.

É por isso que a indignação do presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj), Rubens Lopes, e sua atitude de pedir à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para que avalie a possibilidade de transferir os jogos que aconteceriam não apenas no Estádio dos Aflitos, mas em todo o estado de Pernambuco são perfeitamente aceitáveis. Mesmo assim, precisa ser avaliada, porque a medida prejudicaria, além do Náutico, o Sport, que compete no Campeonato Brasileiro e está na final da Copa do Brasil, e o Santa Cruz, que está na Série C.

E, na verdade, a culpa pela confusão não é do Náutico, é da polícia pernambucana. Foi uma reação exagerada para um pequeno descontrole de um único jogador. Imagine se houvesse brigas entre torcidas. Salvariam-se todos??

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