As fotos do É Craque! são todas de divulgação

Goiás patina no atletismo


Por falta de incentivo e leis, Goiás vem deixando de figurar entre as potências do atletismo nacional. Os resultados estão aparecendo, mas o problema é que os velocistas estão sendo "seduzidos" por contratos mais vantajosos e deixam de defender as cores do estado. No Campeonato Brasileiro Caixa de Atletismo, realizado no último fim de semana, na cidade de Praia Grande-SP, três goianos foram premiados, mas apenas Mirella Moreira, 16, representa de fato o estado. Ela levou a prata nos três mil metros rasos. Já Antônio Ribeiro Filho, 17, campeão nos três mil metros e Érica Rangel, 17, prata nos 800 metros, são goianos, mas representam o Rio de Janeiro e o Paraná, respectivamente. Revelados em Goiânia, os dois velocistas se destacaram em competições e se transferiram para outros centros.
 
O presidente da Federação Goiana de Atletismo, Genivaldo Caixeta, conta que a culpa não é dos atletas, e sim da falta de apoio e de leis governamentais que possam mantê-los em Goiás. "Revelamos os atletas e depois fica difícil de segurar porque aqui falta uma política de incentivo a permanência deles", lamenta Genivaldo. E Mirella, a única que ainda representa Goiás, conta que já recebeu várias propostas para ir para o Rio de Janeiro. "Ainda acho que não é a hora de sair do estado", pondera a atleta.      
 
Mirella, Antônio e Érica conseguiram índice para o Campeonato Sul-americano da categoria, que será realizado na cidade de Cartajena, na Colômbia, nos dias 18 e 19 de outubro. "Méritos para o treinador Ronaldo de Morais que vem revelando talentos para o atletismo nacional. Hoje estamos seguramente entre os maiores centros na formação de fundistas", confirma Genivaldo Caixeta.
 
História
 
Mirella começou a competir há quatro anos na cidade de Jataí, após ter recebido um convite para treinar próximo a sua casa. Ela foi conhecer o lugar e de lá nunca mais parou de correr. A especialista em corridas de rua se inspira na fundista Lucélia Peres, medalha de bronze nos 10 mil metros, no Pan-Americano do Rio de Janeiro. "Adoro o atletismo e sempre acompanho o desempenho da Lucélia, me identifiquei com a modalidade e com o jeito disciplinado da atleta".
 
Na carga horária da goiana, os treinos ocupam boa parte do tempo. Durante a semana, ela treina seis vezes, cerca de duas horas por treino. Total esforço e dedicação têm um objetivo: ganhar o Mundial na modalidade. "É o meu sonho. Por isso me dedico 100% aos treinamentos", conta a goiana que no próximo ano ainda compete na categoria menores.

0 comentários: