"Quero ser ídolo"

Por Felipe Ribeiro

Para entender a boa fase do meia Elias, que marcou três decisivos gols na primeira partida das semi-finais do Goianão, diante do Itumbiara, é preciso analisar sua história recente. Mais precisamente na reta final da Série A do ano passado, quando vestia a camisa do Fluminense-RJ. Sem oportunidade no time titular e com a forte concorrência de Conca, Marquinhos e a possibilidade do retorno de Thiago Neves, o jogador optou por aceitar o convite do diretor de futebol do Atlético, Ádson Batista, e defender as cores do Rubro-Negro.

Motivado pelas boas opiniões do goleiro Márcio e volante Jair, com os quais trabalhou no Bahia-BA, Elias chegou a Goiânia no dia 3 de janeiro, com a esperança de mostrar o talento a todo o país. O tempo de empréstimo é de 2 anos e se encerrará no final de 2010. Na adaptação ao novo clube, algumas dificuldades: a falta de ritmo de jogo, já que não atuava pelo Tricolor carioca, a ausência de férias e o fato de não ter tido sequência de jogos sob comando do técnico Mauro Fernandes.

A chegada de PC Gusmão deu novo fôlego ao meia. Já no primeiro treino, o técnico sacou o atacante Boka do time principal e testou Elias ao lado de Marcão. Desde então, já se foram nove jogos como titular e oito gols marcados, um a menos que Marcão, que possui lugar cativo no ataque do Dragão desde início do torneio.

"Vim em busca de um novo espaço no Atlético. Eu sabia do talento dos jogadores de meio-campo, como Anaílson, Wesley e Lindomar, mas também conhecia minhas qualidades", relembra. Sua posição de origem é na criação de jogadas e a intenção da diretoria ao contratá-lo foi buscar um meia canhoto, para ocupar a reserva de Anaílson.

Ele destaca que teve pouca dificuldade na nova função, como segundo atacante. "É um pouco parecido, já que me movimento bastante e busco a bola até no meio-campo. Independente da posição, quero entrar jogando", resume.

Inspirado

A goleada sobre o Itumbiara foi o primeiro jogo em que Elias marcou três gols. Ele ainda poderia ter anotado mais um, caso André Leonel não tivesse batido o pênalti que resultou no quinto gol Rubro-Negro. "Não tenho este tipo de vaidade. O André entrou bem, sofreu o pênalti e estava confiante para a cobrança. É preciso companheirismo em um grupo de vencedores", relata.

Após o jogo, correu ao telefone e ligou para a família, que reside em Minas Gerais. Ele espera poder contar com a presença dos parentes já na partida de volta das semi-finais, no próximo domingo, em Itumbiara.

Solteiro

Elias fez questão de destacar um elemento ao final da entrevista. "Estou solteiro e todo mundo fala que tem muitas mulheres em Goiânia. Mas eu sou mais tranquilo, estou conhecendo a cidade e quero uma namorada goiana", finaliza sorridente.