Por Bruno Félix
Serra Dourada com mais de 26 mil torcedores, execução do hino nacional e presença de muitas personalidades políticas nas arquibancadas marcaram a final do Goianão 2009, entre Goiás e Atlético. Entre os ilustres, os deputados federais goianos Jovair Arantes (PTB) e Luiz Bittencourt (PMDB), o vereador Daniel Vilela (PMDB), o senador Marconi Perillo (PSDB), o vice-governador Ademir Menezes (PR) e o prefeito de Aparecida de Goiânia Maguito Vilela (PMDB). Além deles, o prefeito Iris Rezende (PMDB) e o presidente do Atlético Valdivino Oliveira assistiram à partida juntos.
Quando a bola rolou a bancada goiana se concentrou na decisão. A primeira boa chance de gol foi do Atlético. Aos 5 minutos, numa triangulação rápida, o meia Francismar chutou fraco e a bola desviou para escanteio. O lance foi o suficiente para levantar da cadeira Maguito e tirar um "uuuu" do prefeito, que é torcedor da Aparecidense e estava no Serra incentivando o rubro-negro. Enquanto isso, Daniel Vilela prestava muita atenção em cada detalhe. Depois do lance, Marconi Perillo chegou ao estádio. E com ele a sorte esmeraldina. Aos 9 minutos, Iarley abriu o placar, 1 a 0. "Sou pé quente. O gol do Goiás chegou junto comigo, agora é confirmar a vitória e o título", comemorou.
Porém, o confronto ainda estava indefinido. O Atlético pressionava bastante e levava muito perigo a Harlei. Logo após o gol Alviverde, o Dragão respondeu numa cobrança de falta perigosa com o volante Robston. Luiz Bittencourt levantou e não acreditou na defesa do arqueiro do Goiás. O tempo passava e a vitória se desenhava. A cada lance rubro-negro desperdiçado Bittencourt balançava a cabeça de forma negativa. Maguito também aproveitou para coçar a cabeça. O gesto demonstrava que a partida não teria um final feliz para os atleticanos. Aos 25, o atacante Iarley recebeu e bateu de esquerda, fraquinho para fora. O lance levou Daniel Vilela a loucura, ele colocou as mãos na cabeça não acreditando na boa oportunidade.
A resposta do Atlético veio na sequência. O atacante André Leonel fez boa jogada, Bittencourt se levantou para acompanhar o início da trama atleticana. No entanto, Leonel finalizou mal e não levou perigo para Harlei. Decepcionado, Bittencourt bateu com força a sua mão esquerda na perna. Já o Goiás, apenas contra-atacava. Em outra oportunidade do Verde, o meia Júlio César, recebeu sozinho a bola e demorou demais para escolher a melhor opção de jogo. Vilela indicava onde seria a melhor jogada. "Lança para o Ramalho", gritou. Júlio não escutou o pedido tocou para o atacante Felipe, que cruzou e Ramalho furou de peixinho. Se tivesse tocado para o Ramalho, Júlio o deixaria sozinho frente-a-frente com o goleiro Márcio. Logo depois, fim do primeiro tempo.
Rola a bola na etapa final. A cada falta marcada pelo árbitro, Bittencourt não concordava. Na primeira boa chance do segundo tempo, aos 8 minutos, Robston penetrou na área esmeraldina e cara-a-cara com Harlei chutou e o goleiro defendeu com os pés. Bittencourt se levantou da cadeira e colocou as mãos na cabeça não acreditando no que estava acontecendo. Ele sentia que ali era o gol que poderia fazer a diferença na final.
Enquanto isso, Daniel Vilela, Maguito, Jovair, Ademir, Marconi e Iris não piscavam. Era muita concentração. Os minutos foram passando, e o título já brilhava na cara de Daniel Vilela. 41, 42, 43, e o Goiás decretou o título. Numa boa jogada do atacante Felipe, ele bateu de fora da área e marcou o 16º gol na competição, 2 a 0. Depois disso, a cada minuto Daniel Vilela esperava o apito final em pé para comemorar. "Acabou, acabou", avisava. Aos 48, o árbitro decretou o 22º título do Goiás, quebrando um jejum de dois anos sem título. "É campeão", comemorou Daniel Vilela. Já os alteticanos saíram de fininho. Bittencourt fez sinal de negativo com o dedo polegar após o apito final. Jovair saiu caladinho.

Análise do confronto
Ponto forte do Atlético
O meio-campo da equipe rubronegra dominou em grande parte da partida, com controle da posse de bola e domínio do setor. Destaque para Róbston, com boa saída de bola.
Ponto forte do Goiás
A defesa da equipe esmeraldina mostrou o porquê de ser a menos vazada. Com muita segurança do trio de zaga e do lateral Zé Carlos, que fez grande partida. A equipe anulou as jogadas ofensivas do Dragão e soube segurar a pressão incessante do rubronegro na segunda etapa.
Ponto fraco do Atlético
O sistema ofensivo não conseguiu repetir o brilhantismo que obteve durante a competição. André Leonel, Anaílson e Marcão, na segunda etapa, não souberam trabalhar a bola e concluir as boas jogadas. O setor sentiu a falta de Elias e por vezes ficou rodando a bola de pé em pé, na frente da grande área.
Ponto fraco do Goiás
O meio-campo da equipe esmeraldina fez boa partida, no quesito defesa. Quanto à armação, Júlio César provou ser bem mais útil na lateral esquerda. A equipe não conseguiu ter posse de bola no setor e armar boas jogadas, ficando dependente do brilhantismo de Iarley e Felipe.
Personagem do jogo
Grande destaque da partida e do campeonato, de forma geral, o atacante Felipe fez a diferença em campo. O jogador marcou um belo gol, demonstrando oportunismo e pontaria. A movimentação do atleta, que tem mais de 30 anos, foi invejável.
Destaque negativo do jogo
Confusão entre Leandro Euzébio e Róbston, durante o segundo tempo. Os jogadores se desentenderam e acabaram expulsos já no fim do jogo, apagando o brilhantismo de suas apresentações.
Esquema tático do Atlético: 3-5-2:
O Atlético entrou para o jogo com o esquema que deu certo na última etapa. A equipe foi prejudicada pelo desfalque de Elias e teve que contar com Anaílson, que se apresentou fora de ritmo e em tarde não inspirada.
Esquema tático do Goiás: 3-5-2:
O Goiás repetiu a formação que entrou em campo contra o Fluminense, apesar das críticas recebidas. O esquema funcionou melhor na tarde de ontem, apesar da atuação apagada de Júlio César, como meia armador. Zé Carlos estava em tarde inspirada, ao contrário da última quinta-feira e fez ótima partida, especialmente no setor defensivo.
Ficha Técnica:
Goiás 2 X 0 Atlético
Goiás: Harlei; Ernando, Rafael Toloi e Leandro Euzébio; Vítor (Fábio Bahia), Ramalho, Everton (Gomes), Júlio César (Amaral) e Zé Carlos; Felipe e Iarley
Atlético: Márcio; Gilson (Jorge Henrique), Gil e Jairo; Rafael Cruz, Pituca, Róbston, Anaílson e Chiquinho; Francismar (Wesley) e André Leonel (Marcão)
Local: estádio Serra Dourada
Árbitro: Wilson Luiz Seneme (Fifa/SP)
Assistentes: Ednilson Corona (Fifa/SP) e Emerson de Carvalho (Fifa/SP)
Gols: Iarley, aos 9 do 1ºT, e Felipe, aos 43 do 2ºT
Expulsões: Leandro Euzébio e Róbston
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